Escrever sem objetivo não deixa de ser uma falha, ou o reconhecimento de uma - normalmente insatisfação ou mera confusão. Há de ser também simples engodo, argumentação mercenária a favor do tema que vier aos olhos e à cabeça, na esperança de que quem leia sinta uma faísca qualquer de identificação com o frágil castelo de palavras nem sempre cuidadosamente encaixado pelo autor.
Dia desses li numa crônica do Fernando Sabino que artista é aquele capaz de tornar interessante um fato a princípio insignificante, assim como trazer à tona as sensações mais sutis, sendo necessário ao amador recorrer às suas experiências pessoais mais dramáticas para alcançar um mínimo de comoção. Por enquanto, concordo com a idéia, mas não posso garantir que vá conseguir algo parecido, não que me sinta desesperado por isso.
Seja como for, vejo necessidade de pensar um motivo para isto aqui e creio ter encontrado uma direção num daqueles momentos em que fins e resultados estão em menor prioridade possível: as longas, inconclusas e divertidas conversas 'de bar' cujas metas e desenvolvimentos são um caos quase completo, não fossem as discretas (as vezes flexíveis) regras informais desses colóquios que, no fim das contas, podem ser resumidas a uma só: todos podem 'achar' algo, mesmo que tenha de ser em voz baixa, pra ninguém ouvir.
Eis minha pretensão: um achismo despreocupado, sem o menor embasamento teórico ou aspiração revolucionária, longe de ser literatura e nem, que todas as crenças humanas não o permitam, um relatório insoso do que fiz durante o maldito dia em que estiver escrevendo.
- Luís, a aparência dessa página... você não podia fazer algo um pouco mais sofisticado?
- Não. E se a preguiça e falta de intimidade com tal atividade não te servirem de justificativa, dou outra: esse negrume todo, admita, passa um certo vazio, não? Daqueles que ajuda a nos concentrar, principalmente se esse vazio já estiver 'meio' instalado no leitor antes mesmo de ter sentado ao computador. Além do mais, cansa menos a vista.
- Luís, você sabe que eu, enquanto cidadão educado, não irei expressar que achei seu texto uma merda, direi apenas que 'não concordo com tudo', ou 'sei lá'. Tem também a genial saída: ficar calado. Espero que compreenda.
- Vamos só colocar uma regra em todo esse achismo: colocar o porquê das opiniões. Me parece sensato. E se é pra ficar calado, mesmo tendo comentários a fazer... que faz aqui? Você certamente prefere assistir tv a conversar.
- Luís, esse texto já não tá meio grande não?
- Talvez sim, prum blog bobo. Paremos por aqui, amanhã a gente conversa.
Dia desses li numa crônica do Fernando Sabino que artista é aquele capaz de tornar interessante um fato a princípio insignificante, assim como trazer à tona as sensações mais sutis, sendo necessário ao amador recorrer às suas experiências pessoais mais dramáticas para alcançar um mínimo de comoção. Por enquanto, concordo com a idéia, mas não posso garantir que vá conseguir algo parecido, não que me sinta desesperado por isso.
Seja como for, vejo necessidade de pensar um motivo para isto aqui e creio ter encontrado uma direção num daqueles momentos em que fins e resultados estão em menor prioridade possível: as longas, inconclusas e divertidas conversas 'de bar' cujas metas e desenvolvimentos são um caos quase completo, não fossem as discretas (as vezes flexíveis) regras informais desses colóquios que, no fim das contas, podem ser resumidas a uma só: todos podem 'achar' algo, mesmo que tenha de ser em voz baixa, pra ninguém ouvir.
Eis minha pretensão: um achismo despreocupado, sem o menor embasamento teórico ou aspiração revolucionária, longe de ser literatura e nem, que todas as crenças humanas não o permitam, um relatório insoso do que fiz durante o maldito dia em que estiver escrevendo.
- Luís, a aparência dessa página... você não podia fazer algo um pouco mais sofisticado?
- Não. E se a preguiça e falta de intimidade com tal atividade não te servirem de justificativa, dou outra: esse negrume todo, admita, passa um certo vazio, não? Daqueles que ajuda a nos concentrar, principalmente se esse vazio já estiver 'meio' instalado no leitor antes mesmo de ter sentado ao computador. Além do mais, cansa menos a vista.
- Luís, você sabe que eu, enquanto cidadão educado, não irei expressar que achei seu texto uma merda, direi apenas que 'não concordo com tudo', ou 'sei lá'. Tem também a genial saída: ficar calado. Espero que compreenda.
- Vamos só colocar uma regra em todo esse achismo: colocar o porquê das opiniões. Me parece sensato. E se é pra ficar calado, mesmo tendo comentários a fazer... que faz aqui? Você certamente prefere assistir tv a conversar.
- Luís, esse texto já não tá meio grande não?
- Talvez sim, prum blog bobo. Paremos por aqui, amanhã a gente conversa.
Sinceramente, acho q a simples existência de um texto de apresentação ja é uma fulga a sua ideia de "escrita descompromissada"
ResponderExcluirDepende da noção de 'compromisso'. Nesse caso é literário, e realmente não há nenhum. Em todas as vezes que converso sobre isso, e não são poucas, noto o peso duma fantasma 'exigência por qualidade literária'. A noção de escrita descompromissada no texto é exatamente a ausência dessa preocupação.
ResponderExcluirBem, na minha humilde percepção, a real qualidade literária está em trazer a tona sentimentos e identificações dos leitores, garantindo assim a continuidade do complexo canal de comunicação(talvez até emocional) que é criado entre leitor e autor.
ResponderExcluirAliás, qualidade essa certamente alcançada aqui...
ResponderExcluirEntramos num assunto meio difícil. No conceito de 'arte é tocar o público', quanto melhor a manipulação de sentimentos, melhor - deixaríamos de lado a parte 'formal' da arte em prol dos resultados - se emocionou? Então é bom, caso contrário...
ResponderExcluirIsso faria com que certos autores de qualidade duvidosa pudessem ser considerados grandes mestres, e vice-versa...não que eu esteja tirando o mérito dessa identificação obra-público, só acho pesado dá-la crédito total para julgar qualidade.
Eu já acho egoísmo julgar qualidade de outra forma, assim, acaba-se limitando este julgamento e conceito a acadêmicos, ou estudiosos do tema.
ResponderExcluirMas já que este conceito tem que existir, que fique na mente de vocês que se formam nisso, discutam entre vocês a qualidade literária que você mencionou, qualidade essa que me parece "sintética" demais. Deixa para nós, os leitores, a real avaliação de suas obras(Y)
hauhauah.
ResponderExcluirBom, admito que eu mesmo tenho minhas dúvidas quanto a isso tudo. Mas, fazendo um paralelo num assunto em que 'academia' tem menos nome, é algo como um garoto acostumado a tecnologia atual defender a qualidade de um jogo recente, sem ternoção dos antepassados dele que, quando entram na avaliação, reduzem sensivelmente os méritos do mais novo.
Discordo, defendo a individualidade, nao me importa o que veio antes ou o que está por vir, me importa o que estou lendo neste instante, e se em minha avaliação, é de fato bom ou não.
ResponderExcluirAfinal de contas, não sou autoridade em nada para dar julgamento valoroso.
Não q predecessores e sucessores não sejam importantes, porém, não tomam parte em meus julgamentos, até pelo fato de, certas vezes, ser até covardia fazê-lo.
O porém é que,em muitos casos, há referências a esses antecessores, sem os quais a obra não faz sentido. Bem ou mal, qualquer obra é fruto de um mundo de experiências sem as quais, nada faz sentido.
ResponderExcluirNão estou defendendo uma visão estagnadade nada, muito menos coletiva, ou colocando a acadêmica acima da popular, mas o outro extremo também me parece defeituoso. SEria interessante uma forma de ambos dialogarem...
Infelizmente acho muito improvavel que isto aconteça, mas tanto o nariz empinado de uns, quanto a ignorância de outros, impede tal fato.
ResponderExcluirPorém sou obrigado a concordar que o meio termo seria uma ótima solução